terça-feira, 26 de novembro de 2013

Cama compartilhada

Logo que Helena nasceu vivia tentando acostumá-la no carrinho e no berço, estipulava horários para amamentar, dormir, era uma luta contra a natureza dela. Resultado: ficamos exaustos e frustrados por que não cumpria com nossas expectativas.
Graças a Deus, pude contar com a ajuda de minha mãe, que esteve conosco durante os quinze primeiros dias de vida da neném e me aconselhava dizendo que ela tem as vontades e horários dela, se formos contra esta natureza, seria mais estressante.
Ela teve razão, assim que me entreguei plenamente a maternidade e passamos a  dormir juntos, eu, o papai e a neném, comecei a dar de mamar em livre demanda e carregando ela no sling, passei a ficar mais relaxada e sempre estava de bom humor, o que foi bom para todos, rs! Helena dormia bem, mamava bem, quase nunca chorou, nem teve cólicas.

Compartilhar a cama foi uma escolha minha e de meu marido. O quarto da Helena foi montado e decorado como todo neném merece, pois lá, hoje com 2 anos, brinca, tira sua soneca e tem seu cantinho para sua individualidade, mas a noite, o sono é em família. Oferecemos o que ela quer e precisa, curtimos cada momento que estamos juntos, além de saber se ela se descobriu e está com calor ou frio. Para amamentar foi mais tranquilo também, porque eu não precisava levantar no meio da noite, sendo bem menos desgastante e cansativo. Só prazer.
Morria de medo da síndrome da morte súbita do lactente, temem conhecida como "morte do berço, que me tranquilizou por estarmos bem juntinhas.
Li que dormir junto com o bebê diminui o risco de morte de berço, pois o ritmo da respiração da mãe funciona como um marca-passos para o bebê. Estudos mostram que a possibilidade de morte do berço é 4 vezes maior quando a criança dorme sozinha. Ela não precisa estar com medo na escuridão e não se criam traumas de abandono. Estudos mostram também que, crianças que dormem juntos com os pais são mais auto-confiantes , independentes, felizes e tem uma relação mais saudável com seu corpo e intimidade. Mãe e bebê se sintonizam, se entendem melhor. Dormir juntos diminui cólicas e refluxo, porque diminui o estresse do bebê. Os bebes choram menos, tudo mundo dorme mais, até o pai! Mães que trabalham fora durante o dia aproveitam a noite para compensar as de separação do dia inteiro.
Ouço muitas críticas sobre o sono compartilhado adotado por nós, dizendo que se assim fizessem sentiriam falta de privacidade e atrapalharia a vida de casal, mas isto é mais um desafio de convivência que vale a pena aceitar. Meu marido e eu compartilhamos tudo no crescimento dela e vivemos a maternidade e a paternidade conscientemente, praticando o que em inglês se chama de "Attachment Parenting" ou maternar com apego. Esta é uma maneira de criar com muito contato físico e respeito, cujos resultados positivos já foram comprovados cientificamente.
Muitos acham que isso mima a criança, eu nunca acreditei nisso. Estudos científicos sobre "Attachment Parenting" provam que não é assim. Colo não estraga. Crianças precisam do vínculo afetivo com seus pais. É uma questão de sobrevivência. É impossível fazer um bebê dormir no quarto dele sem deixar que chore ou fazer treinos de sono prejudiciais. Este abandono sim, causa manhas, carências e problemas no futuro.
Quanto a nossa intimidade como casal, temos que ter muita criatividade, o que é bem mais legal do que namorarmos sempre na cama. Temos a casa toda! Banho juntos durante uma soneca da tarde da neném ou enquanto dorme a noite feito uma pedra.

Não planejamos a saída dela da nossa cama, deixaremos que ela decida, nós três estamos curtindo. Tudo vai acontecer no momento certo. Vai chegar a hora em que ela não vai mais querer dormir conosco e aí sentiremos saudades de uma boa fase do desenvolvimento dela. Pra que deixar este momento passar em branco? Só porque a maioria da sociedade é contra? Tudo tem que ter bom senso. Mas "O bom senso permanece escondido por medo do senso comum" e de família comum temos pouco. 
Beijos!!!